Eu dizia (num sonho que tive) ser impossível falar sobre teus versos, palavras ainda não ditas semelhantes a folhas fugazes numa tarde de sonho e luz.
Eu dizia que quereria conter a essência das cores perdidas dos campos, para que com tua incerteza, de poeta ainda que certa, divagar como sonhos perdidos.
Eu dizia estar preso nos estilhaços das águas límpidas e você era o todo nessa transitoriedade entre o real e o imaginado.
Eu dizia que você era uma flor que de mistério avança como a brisa errante e disforme. Eu falava que na brisa errante e disforme um não sei quê de beleza explicava as entrelinhas de poesias ainda não escritas.
Eu ponderava que nas poesias ainda não escritas, no íntimo de cada verso, tu pairavas no infinito.