quinta-feira, 15 de abril de 2010

Anoitece



Finda o dia e renasce a noite.
No céu negro brilha, resplandece.
No etéreo espaço a lua...
O dia morre, anoitece.

O dia se vai como se vão os planos
Na pálpebra sequiosa que umedece.
Como o tímido orvalhar nos campos
O dia morre, anoitece.

Nos floridos pastos a ave canta
E seu canto no infinito desaparece.
No bosque longínquo sangrando
O dia morre, anoitece.

Estrelado céu, campos floridos.
Sereno, suave como prece.
Vênus surge no infinito
O dia morre, anoitece.

E na agonizante passagem no desfecho
Na penumbra obscura que desfalece
No último suspiro veemente
O dia triste morre, anoitece.


*Este poema está no meu livro À MARGEM DO IMPOSSÍVEL