terça-feira, 8 de maio de 2012

A INQUIETUDE DE SER




















SOBRE A OBRA


Este livro foi escrito a partir do início de 2012 e finalizado em maio deste mesmo ano. Trata-se de um conjunto de poemas que busca uma medida acentuada de lirismo que é pouco explorado em nossos dias. Poemas que vão desde um romantismo comedido até as tendências de vanguardas.

Em outras palavras, estes poemas de Leon Cardoso podem ser definidos como um posicionamento do autor diante de uma contemplação poética do sujeito e do mundo e seu movimento também vai do imagismo cromático ao lirismo introspectivo-filosófico.

Dessa forma, isso não parece ser uma nova fase na poética do autor, que bem soube explorar estes aspectos em seus outros livros “À procura da poesia”, “Chuva de pedra” e, de certa forma, seu mais recente e muito interessante “Barco a vela”.

Em suma, o veio poético que perpassa este livro pode ser equiparado ao de poetas de grande valor para nossa literatura. Por se tratar de um escritor jovem esta obra poderá ser mais conhecida e reconhecida com o tempo, como ocorreu em muitos casos de nossa história literária. Mas isso não quer dizer que o livro não esteja repleto de poemas de alto valor literário e filosófico como eu havia me referido há pouco. Sem sombra de dúvidas este é um dos novos autores de maior espontaneidade e qualidade literária desta nova geração se bem dizer da poética pós-modernista.
Moacyr F. de Andrade

 
ALGUNS POEMAS DO LIVRO
 
 
DESINFORMAÇÃO

Bem, não sei
se a chuva molha este meu coração
se esta breve canção
conduzem-nos para as contemplações.

Bom, não sei
se estes versos serão entendidos
se estes pensamentos retorcidos
dirá em poucas palavras
todo dizer que haverá.

Bem ou bom, não sei
se este poema te falou
só sei que assim bem resumido
ele enfim acabou.


DRUMMONDIANO

No meio do caminho
uma pedra atrapalhou-me a passagem
e assim tão decididamente
chutei-a para bem longe.

No meio do caminho
caminho mancando.
É que a pedra me acertou o dedo.

Maldita pedra no meio.

ECOS

Anda quase vazio
vazio
este meu coração.

Anda quase vazio
vazio
esta minha indecisão.

Anda quase perdida
perdida
o eco desta canção.

Anda quase indevido
devido
esta falta de atenção.

Anda quase perdido
perdido
a luz que ilumina a estação.

Anda quase escura
escura
a vida que se perdeu na emoção.


A CHUVA

A chuva caiu com seus desgostos
e foi água pra tudo que é lado
só não alagou esta desordem
de meus pensamentos
e meus inventos.

Para molhar todas as vidas
seria preciso que este planeta
alagasse todos os dias
e os corações dos seres
não fossem escondidos
nos precipícios dos corpos.


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